Um processo natural de tudo isso é a recordação da nossa relação com nossos pais. Tentar ligar alguns pontos daquela criação à pessoa que somos hoje. Para mim, que fiquei órfã de mãe aos 8, tem sido um mergulho intenso nas memórias mais longínquas e ternas da minha primeira infância. Estou buscando como quem mergulha nas profundezas do oceano, pérolas, corais, peixes coloridos.
Para ele talvez seja algo mais palpável, essa relação ainda existe, é alimentada e hoje construída com muito cuidado e afeto. Mas a busca é tão íntima que ainda não falamos disso.
Toda essa viagem me fez lembrar das ilustração de Snezhana Soosh, artista ucraniana que teve seu trabalho circulando bastante em nossas redes, uma série sobre a relação do pai com a filha. Uma série que me leva a pensar no meu pai, e nos retalhos que construíram a nossa relação. Um deles é o ninar, com o grave da voz vibrando em meu rosto colado em seu colo.
Aqui está o intagram da moça: https://www.instagram.com/vskafandre/